segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Pétalas ao chão

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domingo, 26 de dezembro de 2010

RC


Só quem sobe no palco pode avaliar o que é um artista chegar a dizer que está sentindo o joelho, isso em uma apresentação cotidiana. Imagina em um megashow de niver na praia de Copacabana.

Dá pra imaginar como o rei foi valente hoje, neste show de Natal. Quantos problemas teve que superar, técnicos e não técnicos, para honrar o compromisso que envolvia tanta gente. É rei, sim. a cada ano gosto mais. E não gostava muito, não, tirando as parcerias com Erasmo, os caracóis, aquela com Isolda e mais uma ou duas, não curtia taaanto assim.

O primeiro pensamento inteligente que lembro de ter tido quando bem criança foi um tanto fatalista: um dia percebi que quando crescesse, também ia gostar mais de disco de música do que de disco de historinha, isso era virar gente grande. Mal sabia eu que por trás de minhas historinhas já ouvia João de Barro e Gnatalli...

Pois bem, o primeiro disco de música que ganhei foi um compacto: "Sentado à beira do Caminho" de Roberto e Erasmo. Amava. Ouvia e repetia. Alguém comentava - que música triste pra dar pra uma criança! - não me importava, era Música.

Depois, quando tinha aulas com o Almir Chediak ainda rapaz, eu, nem pré-adolescente, ficava de saco cheio porque queria as músicas do Caetano e Chico que ele ensinava à vizinha, mas pra mim ele só dava Roberto Carlos nunca entendi porque. Acabei parando e a única música que tocava melhorzinho era Samba da Minha Terra dos Novos Baianos que eu também gostava muito...

Poi é, agora tantos anos depois me pergunto porque não aprendi a tocar violão, agora poderia tocar "Olha", "Jesus Cristo", "Eu sou terrível"...

Parabéns ao Rei Roberto, espero que melhore rapidinho, que o show lhe dê muita endorfina para aplacar a dor e ficar legal antes de chegar 2011!

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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natal Feliz

O Natal que eu gosto é simples, recolhido, silencioso e alegre, como se ninasse um neném, que na verdade está dentro da gente.




O Natal que eu gosto tem minha mãe que em tantos Natais - fossem eles com muitos ou poucos presentes, comidas, pessoas, tarefas - sempre reservou um tempo para rezarmos junto ao presépio. Fazendo um silêncio para recuperarmos o essencial: união, harmonia, generosidade e amor.

No Natal que eu gosto também cabe a muvuca do delicado Especial da Casé e do Ciavatta que assisti ontem na tv e que me emocionou, especialmente quando falaram de minha música símbolo do Natal, que diz "eu pensei que todo mundo fosse fiho de Papai Noel..." criada pelo Assis Valente e aqui interpretada pelo João Gilberto.

O Natal que eu gosto tem um coração bem grande e nele cabem todos os amigos, crianças, sorrisos, dores para serem transformadas em passado virando borboletas, injustiças para virarem reconstrução até não existirem mais sobre a face da Terra, misérias para serem lavadas e postas a brotar em prosperidade e riqueza compartilhada.

O Natal que eu gosto é tão grande e discreto que leva um ano inteiro pra gastar e só acaba quando já chega outro...

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domingo, 12 de dezembro de 2010

Síntese de para-choque de caminhão...



e no caminhão um bocado de esperança, de perseverança, de irreverência, de alegria, de confiança nos caminhos abertos, leves e lindos!

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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Será que não podemos ser melhores?

2 quadras, 5 minutos, 1 mudança de maré, algumas ondas
muita tristeza, ignorância, grosseria e indignação
na beira do mar

n

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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Dia de Rosas e Lírios




~~~~...A força que mora n'água ~~~~
~~~~~~ Não faz distinção de cor...~~~~~~

Salve N Sra da Conceição
Salve Mamãe Oxum,
Salvem fertilidade, generosidade,
compaixão, alegria

Me lembro hoje da imensa porta verde
da Igreja de N Sra da Conceição da Praia
E da lavagem de suas escadas.
Uma revelação nos meus doze anos em Salvador.

Me lembro de la Caridad del Cobre
sua atmosfera e a emoção que me causou
grandeza e serenidade,
sensação de reencontro, de abraço,
em plena Santiago de Cuba

Na internet
Encontrei um lindo coro de meninos e meninas de Veranópolis
e outro sem crédito, mas bem interessante

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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Feito com Vida


Meu amor canta pela casa. Vai ao piano tira 1, 2 notas. Se esperamos em uma fila, vejo seus mínimos gestos de mão, aparentemente absurdos, e sei que está regendo mentalmente.

Quando o conheci, me deu de presente surpresa "Minha Namorada", cantada pelo seu coral, em meio a uma apresentação na Escola de Música da UFRJ. Minha irmã que assistia, disse: já entendi o que você viu nele...

Tem oito anos começaram a organizar um Encontro de Corais.
Se chama Encontro Avareté de Corais. Avareté quer dizer feito com vida em tupi, e é a palavra que mais se aproxima de "arte"... Este será em homenagem a Noel Rosa. E será no Instituto Benjamin Constant, na Praia Vermelha, às 18h.

Quando ele rege, a força da natureza fica explícita, em sua delicadeza e ímpeto.
Mal posso esperar para assis tir e depois assis ter...

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No Poeira 2


Conocí a Julia Varley. Conocí a Julia Varley? Conocí Barba? Que sé de ella? Que sé de él?
Fue a María que conocí en las olas juguetonas y en el Amor a el Arte. Hija, Madre, Ave María, Oxum.
Ya la Muerte se murió, o al menos quedó dormida mientras vive María. O es Julia? Vida longa a la magia tecnica laboriosa, a la capacidad de extrañar, compartír, jugar con el sueño, con la razón, y a la Libertad que nasce en escena por ellas.

Conheci Julia Varley. Conheci Julia Varley? Conheci Barba? Que sei dela? Que sei dele?
Foi a María que conheci em ondas brincalhonas e no Amor à Arte. Filha, Mãe, Ave Maria, Oxum.
Já a Morte morreu, ou ao menos caiu dormida enquanto vive María. Ou é Julia? Vida longa à magia tecnica laboriosa, à capacidade de extranhar, compartilhar, jogar com o sonho, com a razão e à Liberdade que nasce em cena por elas.

Esse texto me saiu em espanhol, ainda sob a sensação da voz de María Cánepa, durante o raro e luxuoso encontro entre Aderbal e Barba no Poeira.

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No Poeira



No Poeira

Tinha fome
Vim me alimentar
Marieta abriu a porta
Aderbal pôs a mesa

Todos cozinharam
gente de longe e de perto
sob a batuta dos chefs

Banquete quente e saboroso
arroz e alegria

Me alimentei
Coisa boa é o teatro
Casa boa é o teatro
Parede, Luz, Cena
Mistério concreto
Que tira seu véu
e ao se revelar
em véu se mostra
cortina balouçante
que apresenta
janela aberta para os mundos.

Hora de preparar a sobremesa
Boca cheia d'água e mãos à obra

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