quinta-feira, 30 de maio de 2019

ORGULHO, RESPEITO E A EDUCAÇÃO PÚBLICA

Neste momento em que a Educação Pública de qualidade corre risco, que a Universidade Pública é atacada de forma absurda, senti necessidade de dar meu depoimento, que nem vai parecer tão modesto quanto efetivamente é. Mas isso não interessa. Mesmo que seja uma gota no oceano, é a minha gota. E de gota em gota...

Este momento da foto foi de muito orgulho, por participar de um evento do porte do IOSTE em 2002, apresentando um estudo que fiz a partir das respostas do público de meu espetáculo LEIO PORQUE QUERO, quando apresentado no MUSEU DA VIDA, da FIOCRUZ.

Sabe porque eu tive a oportunidade de estar lá, apresentando a pesquisa que escrevi direto em inglês, porque foi assim que fluiu melhor por ser um evento internacional?

Porque minha família me incentivou a ler (nem precisou incentivar muito, bastou facilitar o acesso e não atrapalhar, caso alguém queira fazer isso em casa) e eu lia tudo o que podia.

Tive essa oportunidade porque fiz meu primário, o ensino fundamental, em escola pública de qualidade, a EM Duque de Caxias e o Ginásio Estadual Luís de Camões, no Grajaú, Rio de Janeiro.

Porque no ensino médio, fui bolsista no Colégio Marista São José e no Curso Oxford, pois na época tínhamos poucos recursos em casa, mas primeiro vinha a Educação. Lembro que foi nesta época que fiz tratamento dentário com uso de aparelho, no serviço de Odontologia da universidade pública.

Porque fui aprovada para a UFRJ e depois para a UNI-Rio, universidades públicas, onde fiz 2 graduações e meia. A que não terminei foi a primeira, a Arquitetura, à qual pretendia voltar mas a vida levou para outro lado, o do Teatro.

Porque consegui completar o Bacharelado e posteriormente a Licenciatura Plena.

Porque fui aprovada no concurso público da prefeitura e com muita alegria dei aula de Artes Cênicas  na Escola Pública Nestor Victor, em Pedra de Guaratiba, onde encontrei estudantes interessadíssimos e um corpo docente que trabalhava de forma multidisciplinar, afinado com a direção de José Mauro da Silva, mais do que um pedagogo, um ser humano apaixonado pelo que fazia, que procurava conhecer cada aluno e sua realidade. Não por acaso, ele havia sido seminarista e era mestre-sala de uma escola de samba. Porque Arte, Cultura e Memória podem e devem andar juntas com Educação.

Encurtando a conversa, além do incentivo ao diálogo entre Arte e Ciência que propiciou o trabalho da foto, no Museu da Vida da Fiocruz, uma instituição pública de excelência, estive em contato com muitos, mas muitos professores e professoras do que chamo elite da Educação. interessados em oferecer a seus alunos a melhor formação possível, apesar de todos os já tão conhecidos percalços. A maior parte desses docentes levava turmas da escola pública.

Ainda na linha dos porquês, fiz meu Mestrado também na pública Fiocruz, mais especificamente na Casa de Oswaldo Cruz, um departamento de pesquisa em História, Sociologia e áreas afins. Procurei e procuro compartilhar com o público tudo o que tive oportunidade de aprender e vivenciar.

Há mais de dez anos sou autônoma. Ganhei algumas concorrências, participei de festivais e pude levar meu teatro a preços acessíveis em salas públicas, a todo tipo de plateia.

Pode não parecer muito, um caso pessoal. Mas o meu é só um entre milhares, senão milhões.
Portanto,
RESPEITO  À  COISA  PÚBLICA.  RESPEITO E AMOR À NOSSO MULTIFACETADO BRASIL, RESPEITO AO AMBIENTE, À SAÚDE DO POVO, À ARTE, À CIÊNCIA, À EDUCAÇÃO.

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