O argumento é assim.
Todos com razão.
Som de helicóptero. Um grupo de pessoas abana para cima, tentando chamar a atenção, numa área isolada.
os canais oficiais pedindo para os donativos serem centralizados para distribuirem melhor e as estradas, ainda em risco, ficarem mais livres;
a população desconfiada porque já houve muito desvio e precisando ajudar, pela dimensão da tragédia;
a formação de canais espontâneos extra-oficiais para garantir a entrega de donativos, fortalecendo uma incrível corrente de solidariedade,
os jornalistas de campo tentando informar enquanto sofrem;
os analistas, na tv, de economia, engenharia, saneamento, política, segurança, etcetc
os analistas ambientalistas, que só vi uma vez também na tv, mostrando a influência do desequilíbrio ecológico que muda a evaporação na Amazônia e influencia as condições meteorológicas facilitando esse horror;
um espectador, que vai até a janela e vê sem entender bem, um tornado se formando;
um casal, na área próxima a afetada: ela quer ficar e ajudar, ele quer sair dali o mais rápido possível;
crianças desarvoradas e sem brinquedo.
um filho adulto à distância, procurando a mãe numa das áreas mais afetada;
um prefeito que mesmo sendo desestimulado, insiste em fazer uma gravação e avisar a população com carro de som.
uma senhora que se dedica a lavar os corpos, embora nunca tivesse visto um.
amor de diversas formas rolando entre essas pessoas, socorristas, voluntários, técnicos do IML.
uma mulher que pede para saírem dali, filhos agarrados à saia, o homem se recusa a deixar a casa.
Enquanto isso, em outro ponto, uma reunião decide a implantação de uma mega-usina ao longe, e quer abreviar o cumprimento de exigências ambientais que foram feitas para iniciar logo.
uma mãe desabrigada conseguindo avisar a um filho distante que está bem.
uma criança brincando de construir uma casinha com lixo entre sobreviventes, sem notícia, água, luz, comida, noção.
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