terça-feira, 13 de julho de 2010

Moura Chorinho Blue


Artista vai e fica ao mesmo tempo? Parte no destino, parte coração?
Parte aqui, parte lá. Parte antes, parte sempre. Inteiro na arte e na paixão.

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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Amigo

É um amigo que trabalha, trabalha, trabalha.
Mas tem nome de dias de folga, vai entender.
Vendo de longe, parece só olhar para si.
Já de perto, como vê dentro dos amigos...
Quando fica chateado com alguém
trata a pessoa excepcionalmente bem
Já quando gosta, pode passar sem perceber
a pessoa tão íntima ao seu lado.
Mas sendo íntima sabe que ele não está lá
O que se vê é o avesso, avesso ao momento
Mergulhado no lago profundo e escuro
na criação, na mulher amada,
Ou nos olhos claros de algum neto

Noutro dia esse amigo contou coisas de mim
Que eu não sabia
Anotei tudo.

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Sonho de Menina


Era uma vez uma menininha que sonhou que estava no colo gostoso da mamãe... aí ela ouvia baterem palmas e batia também, alegre.

Então ela abria os olhos e estava um pouco escurinho, tinha muita gente e todos cantavam "Parabéns pra você". Era muito legal. E era engraçado, porque estavam todos olhando pra ela...

Então ela viu estrelinhas e uma velinha, e foi tão legal, dava tanta vontade de bater mais palmas e era tão alegre... E quanto mais palmas ela batia, mais as pessoas cantavam e sorriam também!

Então ela teve certeza que acordou, e estavam mesmo todos ali, em volta dela, dizendo "Pra Maria Clara tudo!". E o papai e a mamãe ajudaram ela a soprar a velinha e todos aplaudiram mais ainda!

Será que mágica é isso?

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sexta-feira, 2 de julho de 2010

Priscas Eras


Ainda na sessão nostalgia, e conversando sobre os melhores xingamentos que uma pessoa pode receber, lembrei de uma vez em que uma amiga foi contemplada com um... bem, melhor contar a história...

Vinha a amiga de um churrasco domingueiro na Ilha do Governador, trajando um comportado conjunto de bermudas, a bordo do 324 - Ribeira-Castelo, pegando a brisa fresca à janela, sentada e tranquila.

Eis que o ônibus começa a encher e a seu lado senta um homem franzino porém um tanto abusado, do tipo que senta de perna bem aberta e tendo uma vizinha abre mais ainda, na tentativa de se encostar. A bermuda talvez tenha o inspirado a tentar fazê-lo, enquanto a bolsa da amiga, tentava impedir isso, ao mesmo tempo em que ela se afastava mais em direção à janela.

Começa um duelo discreto,com a moça já não tendo como se espremer no canto e não querendo viajar em pé com os outros 300 passageiros que estavam no ônibus àquela altura.

A incauta resolveu explicar ao homem que também ela era uma pessoa grande, o banco era para dois, e pediu que ele por favor, se resumisse ao seu próprio lugar.

O homem em altos brados, retrucou: eu sou homem, tenho que ficar de perna aberta, tá pensando o quê?

A essa altura, o 324 chega à Avenida Brasil. Minha amiga já não sabe o que fazer. Descer do ônibus àquela hora, naquele dia, naquela área, está fora de cogitação. Olha em volta e de súbito, um pouco mais para trás, vê um gigantesco afrodescendente negão.

Sem pensar, minha amiga vira-se para ele e diz, já se levantando:
- O senhor senta aqui, por favor!

O homem, para sorte da minha amiga e dele mesmo, obedece. Ele ocupa o lugar cedido por ela, que olha para trás.

A corajosa vê os dois sentados, o gigante e o abusadinho, fulo e mais franzino ainda.

Ela não resiste e diz ao inconveniente:
- Agora deu pra fechar a perna, né?

Ao que é saudada pelo melhor xingamento que já tive notícia disparado pelo ex-vizinho de banco:
- Sua, sua, sua Sardinhas 88!

Que mulher não ficaria estarrecida diante de tal criatividade? Só lhe restou ir mais para a frente do ônibus lotado, se controlando para não rir e rezando para não saltar sozinha na cidade vazia.
O ego, esse foi inflado, afinal, ser comparada à bela Adele Fátima, nem sequer lhe seria imaginável...

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