sexta-feira, 2 de julho de 2010

Priscas Eras


Ainda na sessão nostalgia, e conversando sobre os melhores xingamentos que uma pessoa pode receber, lembrei de uma vez em que uma amiga foi contemplada com um... bem, melhor contar a história...

Vinha a amiga de um churrasco domingueiro na Ilha do Governador, trajando um comportado conjunto de bermudas, a bordo do 324 - Ribeira-Castelo, pegando a brisa fresca à janela, sentada e tranquila.

Eis que o ônibus começa a encher e a seu lado senta um homem franzino porém um tanto abusado, do tipo que senta de perna bem aberta e tendo uma vizinha abre mais ainda, na tentativa de se encostar. A bermuda talvez tenha o inspirado a tentar fazê-lo, enquanto a bolsa da amiga, tentava impedir isso, ao mesmo tempo em que ela se afastava mais em direção à janela.

Começa um duelo discreto,com a moça já não tendo como se espremer no canto e não querendo viajar em pé com os outros 300 passageiros que estavam no ônibus àquela altura.

A incauta resolveu explicar ao homem que também ela era uma pessoa grande, o banco era para dois, e pediu que ele por favor, se resumisse ao seu próprio lugar.

O homem em altos brados, retrucou: eu sou homem, tenho que ficar de perna aberta, tá pensando o quê?

A essa altura, o 324 chega à Avenida Brasil. Minha amiga já não sabe o que fazer. Descer do ônibus àquela hora, naquele dia, naquela área, está fora de cogitação. Olha em volta e de súbito, um pouco mais para trás, vê um gigantesco afrodescendente negão.

Sem pensar, minha amiga vira-se para ele e diz, já se levantando:
- O senhor senta aqui, por favor!

O homem, para sorte da minha amiga e dele mesmo, obedece. Ele ocupa o lugar cedido por ela, que olha para trás.

A corajosa vê os dois sentados, o gigante e o abusadinho, fulo e mais franzino ainda.

Ela não resiste e diz ao inconveniente:
- Agora deu pra fechar a perna, né?

Ao que é saudada pelo melhor xingamento que já tive notícia disparado pelo ex-vizinho de banco:
- Sua, sua, sua Sardinhas 88!

Que mulher não ficaria estarrecida diante de tal criatividade? Só lhe restou ir mais para a frente do ônibus lotado, se controlando para não rir e rezando para não saltar sozinha na cidade vazia.
O ego, esse foi inflado, afinal, ser comparada à bela Adele Fátima, nem sequer lhe seria imaginável...

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