terça-feira, 29 de setembro de 2015

Colaborar

Tem vezes em que a gente é fundamental para a criação de algo feito em equipe, trabalha muito, constrói.
Nossa participação enriquece, é o diferencial. Damos o sangue.
Até bom ver que é isso que faz com que a obra se realize.

Mas na hora em que a coisa vai a público, fica que nem fundação de prédio bonito.
Ninguém vê, ninguém sabe nem que está lá.
Se não tivesse a fundação, não tinha nem prédio, mas não interessa. Ninguém nunca vai pensar nisso.
Ninguém conhece, quanto mais reconhece a fundação. Falta o reconhecimento.

E isso tem impacto moral, criativo e claro, material, em quem fica nessa posição. É muito chato.
Porque há duas opções, e as duas doem, cada uma à sua maneira: ou lutar e fazer justiça ou relevar e aceitar a injustiça.

Mas tem vezes em que a gente faz pouquinho. Com toda competência de que é capaz, claro.
Só que encontra a construção já se materializando, então colabora dentro da possibilidade.

Ainda traçando um paralelo com um prédio, a gente faz as perguntas certas sobre o programa de construção, reage a algo que está no projeto, opina sobre uma varanda, uma escada, humildemente tentando não atrapalhar, porque a criação, sólida, já está ali.

E aí tem a feliz surpresa de ver seu nome lá, na obra. Um reconhecimento inesperado. Bom, muito bom!
E isso também tem impacto, dá vontade de criar mais, de mostrar o que já criou, de realizar, dá esperança.
Dá mais vontade de fazer diferença no mundo, há lugar para você.

Foi assim, feliz, que me senti ontem, ao folhear o exemplar de "Antonio: O Primeiro Dia da Morte de Um Homem", de meu querido amigo e homem da Arte, Domingos Oliveira, e ver meu nome lá, junto com o da Andreia Alencar, em "Colaboração".

Privar desse momento de criação do irrequieto Domingos, jogando radicalmente com Eros e Thanatos como se estivesse numa partida de xadrez da sala de casa já foi incrível. Mais incrível ainda foi poder sugerir, perguntar, rir - e porque não dizer - engolir o choro (que não ficava bem me derreter), também.

Tão bom quanto vislumbrar o próximo romance ou peça ou filme. Aguardem. Até lá, se puderem, leiam o rascante romance lançado pela Editora Record. "Antonio: O Primeiro Dia da Morte de Um Homem", de Domingos Oliveira, e talvez me entendam...
Duaia Assumpção, Domingos Oliveira e Andreia Alencar no lançamento de "Antonio" foto by Carol

Duaia Assumpção, Domingos Oliveira e Andreia Alencar no lançamento de "Antonio" foto by Carol


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Que as Segundas sejam Domingos

Que as Segundas sejam Domingos é sonho de muita gente.
Esta Segunda é. Domingos.
Uma Segunda cavalheiresca e determinada.
Criativa e de muito trabalho.
Irreverente e musical.
Uma Segunda de respeito.
Bem humorada e sagaz.
Mas o melhor de tudo,
uma Segunda que gosta de gente.
É assim esta Segunda, 28, do Domingos.
Aniversário em forma de livro,
enquanto põe a Infância em cartaz,
Esse cara e a moça dele moram em meu coração.
às 3ªs e 5ªs também. E sábados. E 4ªs e 6ªas...
foto by Duaia

Para Começar Bem a Semana

Decisão
Equilíbrio
Consciência
Foco
Saúde
Alegria
Realização
foto by Duaia 

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

2 frases em "Que horas ela volta?"



Claro que vale a pena ver o filme da Muylaert, claro que a Casé está maravilhosa, a Teles também, quase tudo bacanérrimo. 
Mas não quero comentar o quase nesse momento e nem o tudo bacanérrimo também.

O que me chamou atenção a ponto de ter vontade de escrever sobre o tema foi um detalhe estruturante do roteiro de Anna Muylaert que evidencia uma mudança de paradigma nos últimos anos.  

Quando Jéssica (Camila Márdila), a filha da empregada Val (Regina Casé), chega para prestar vestibular para Arquitetura os patrões de Val estranham. Inclusive o rapaz (Michel Joelsas), que também vai fazer vestibular, meio sem objetivo nem preparo, embora com todas as condições. A patroa (Karine Teles) chega a fazer um pequeno comentário irônico sobre ascensão da classe C. 

Questionada, a moça demonstra que sabe muito bem do que está falando, e suas razões para isso. Em sua defesa, ela menciona “um professor” que teria descortinado esse universo para ela. E apontado a importância social de sua escolha. Jéssica não quer fazer Arquitetura só para ascender socialmente. Ela quer transformar uma realidade por meio da Arquitetura. 

E aí chegamos ao ponto que me chamou atenção. Um professor. Um professor que cumpre seu papel. Ela não falou numa escola, não chegamos a esse ponto, ao menos no filme, quiçá no país. Mas num professor, esse personagem discreto, como tantos  e tantas que conheci, ao cumprir sua função de ensinar, estimular o conhecimento e o raciocínio crítico-construtivo, colaborou para Jéssica transformar sua vida. A partir daí, toda aquela lógica que se reproduzia dia após dia, vai se transformar. 

Uma coisa legal de tudo que li e ouvi sobre o filme é que não soube de ninguém que tenha duvidado da formação da articulada Jéssica. É um pequeno sinal de mudança da sensibilidade social. Sabemos que é possível de acontecer. Anos atrás, podia parecer inverossímil. Hoje não.

Não estou em campanha, nem quero fazer discurso. Antes, quero deixar um depoimento. Durante nove anos estive num ponto de observação – e ação – privilegiado, no Museu da Vida(MV)/COC/FIOCRUZ. Pude estar em contato com a elite do ensino no Rio de Janeiro. E defino como elite todos aqueles professores que, para além de suas obrigações curriculares e limitações temporais e espaciais, consideravam importante que seus alunos se apropriassem do MV, como certamente faziam com outros espaços acessíveis a eles, e ampliassem seus universos de conhecimento, interesses e escolhas.

Eles vinham da rede pública e privada e lá se misturavam, com um certo estranhamento de início, logo superado pela percepção de que afinal, não eram tão diferentes assim. E tinha muita gente boa, entre professores e estudantes.

Além deles, monitores, estagiários, bolsistas de diversos níveis de escolaridade e também  sócio-econômicos (muitos vindo de comunidades) interagiam com o pessoal multidisciplinar do museu quanto aos temas abordados no MV  a partir das diretrizes elaboradas por Seibel e Baeta.

É com felicidade que acompanho ainda hoje, anos após ter saído de lá, o desenvolvimento de vários daqueles rapazes e moças, hoje formados em profissões variadas, ativos profissionalmente, vários na própria FIOCRUZ .Eles não reproduziram a história escolar de seus pais, e quando possível, contando com a fibra destes, transformaram a história de suas famílias.

Poderia citar autores, defender teses. Não quero, tenho preguiça, dou a maior força para quem quiser fazer. 

Mas o elã da personagem do filme que sentia ter o mundo à frente, querendo conhecer o edifício Copan e a Universidade para a qual iria prestar concurso, me motivaram a escrever, pois reconheci aí a história de tanta gente que conheci. No MV e na vida, como aconteceu recentemente no CIEP 199 Charles Chaplin, em Jardim Gramacho, onde apresentei minha peça a convite da prof. Jaciléa Donadio. 

Escrevo porque é duro. O dia a dia é duro. Compensador, mas duro. Há que ter perseverança, paciência, humildade e estômago. Porque não precisava ser assim. 

E as vezes parece que é tudo em vão. Mas não é. E é bom demais quando se consegue avançar mais um passo.

Agora imaginem se o professor for remunerado à altura de sua responsabilidade e competência, se tiver condições reais de desenvolver seu trabalho em escolas equipadas, com autonomia, apoio e pessoal preparado para lidar com o ouro que tem nas mãos: crianças, jovens, gente de todas as idades querendo transformar o mundo para melhor.

Que filme lindo vai ser também, não é, Muylaert?

Para começar bem a semana

PAZ
SERENIDADE
SAÚDE
HARMONIA
foto by Duaia

EM AÇÃO

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Para começar bem a semana


Flor no vaso.
Frutas na fruteira.
Cachorro deitado.


Chuvinha lá fora.
Computador desligado.
Água fervente na chaleira.
rosinha branca foto by Duaia



E livros, muitos livros.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Dança em Trânsito no Calçadão de Copa








Quem não está ligado diretamente ao lance da dança nem sabia o que ia rolar... mas escavucando os tijolinhos, percebi que pelo menos naquela janelinha de tempo que encontrei, no domingo de céu azul e sol expressivo, ia dar para curtir o Dança em Trânsito 2015, produzido pelo Tapias. Carreguei quem pude, sem saber exatamente onde era, como era, mas sabia que era A pedida. E assim foi. Não ia fotografar. Mas como não?
Imagens cheias de Luz e Energia do Afroreggae, Cia Urbana de Dança, Cia Pablo Esbert e Grupo Tapias .
Na imaginação, dá até para dançar novamente. Agora é esperar pelo ano que vem.

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