sexta-feira, 9 de abril de 2010

Ondas Enormes

Estamos em alerta de uma mega ressaca no Rio de Janeiro, maior do que as que já tivemos.
É lindo e assustador ver o mar.


(Ondas altas ao longe, nas Ilhas Cagarras)

Eu costumava sonhar com ondas gigantes e com potencial devastador. Um dia parei.
Foi depois de vê-las e sobreviver a elas.

Era o ano de 1993. La Habana.
Ano do que depois chamaram de "La Tormenta del Siglo".

Minha ignorância sabia apenas que os temporais no Caribe eram muito fortes, mais do que aqui. Essa norma me deixou tranquila quando caiu sobre nós a tempestade, abrigados que estávamos na EICTV. Uma tempestade estranha, cheia de eletricidade. Os clarões de raio eram tão frequentes que a noite passava mais tempo clara do que escura. Fiquei impressionada como realmente eram fortes os temporais lá, inocente da exceção que aquele representava.

Com a mesma inocência, nos mandamos para La Habana no dia seguinte, em busca de uma feira de artesanato que só havia aos sábados. Muitas árvores caídas pelo caminho, mas nada assustador. Dia de sol e céu azul, com o vento característico de lá.

Chegamos ao Malecón, a via litorânea. Ao fundo podíamos ver La Geraldilla, no castelo sobre um pequeno monte. Subitamente uma onda cobriu o castelo. Incrível, mas tudo parecia táo calmo...

Mais a frente, já não era possível seguir pelo Malecón, entramos na via paralela, e assim por diante, até nos encontrarmos a quatro ruas paralelas ao mar para dentro... por causa da entrada do mar. Isso ocorreu em questão de pouco mais de meia hora.

Desde essa rua, era possível ver as ondas enormes quebrando, algumas subiam por trás de muros e prédios. O hotel La Habana Libre ficou ilhado, muitas casas destruídas, pessoas sem moradia. Foi triste.

Nunca chegamos a ver a feira de artesanía, e somente aos poucos fomos nos dando conta de que aquilo era muito mais fora do normal do que imaginávamos.

De que adiantou sonhar? Adiantou para não deixar Joaquim chegar perto de jeito nenhum para ver. Gosto de pensar que ali evitamos ao menos uma desgraça.

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2 Comentários:

Anonymous Patricia Martin disse...

Lembro dessa tormenta. Era uma noite e céu branco, pela frequencia dos clarões dos raios....Ficamos sem luz na escola. Que saudade dos tempos em que eramos vizinhas....

10 de abril de 2010 às 20:44  
Anonymous Anônimo disse...

Querida Duaia,estive em Havana em 2007, hospedada perto do Habana Libre e, claro,andei pelo Malecón. Incrível imaginar as imagens descritas!!!Beijos, Cecilia.
P.S. Ouvi hoje novas mudanças para a Economia de Cuba. Como as pessoas estarão processando tudo que vem acontecendo??...Na verdade torço que um dia possa receber aqui pessoas que conheci lá...

14 de abril de 2010 às 22:26  

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